De acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) estima que 76 milhões de pessoas sofram de DTA a cada ano nos Estados Unidos, o que provoca 325.000 hospitalizações e mais de 5.000 mortes nesse país. No Brasil, dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde, de 1999 a 2004, mostram a ocorrência de 3.410.048 internações por DTA (CID 10 A00 a A09), com uma média de 568.341 casos por ano. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 1999 a 2002, ocorreram 25.281 óbitos por DTA, com uma média de 6.320 óbitos/ano (Brasil, 2005). Segundo dados levantados no período entre 1999 a 2008, pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) 45,2% dos surtos de intoxicação alimentar, envolvem pacientes que se contaminaram dentro das residências e 19,7% se contaminaram em restaurantes ou estabelecimentos similares (Brasil, 2008).
Cabe a vigilância sanitária o papel de atuar na prevenção da transmissão de doenças infecciosas por alimentos que se constitui em um evento freqüente, que, em algumas situações, pode apresentar elevada gravidade para um grande número de pessoas. Neste aspecto, a ação de extensão que desenvolvemos vai de encontro à proposta da vigilância sanitária, que segundo (Cardoso, 2009) deve ser entendida como um processo amplo e complexo voltado para o enfrentamento dos inúmeros problemas e agravos que comprometem a qualidade de vida dos diferentes segmentos populacionais.
A realização de cursos de noções básicas de higiene na produção de alimentos propicia minimizar um dos principais problemas enfrentados pela vigilância sanitária que é a dificuldade de manter sob controle os riscos inerentes a contaminação dos alimentos e água. De acordo com Salera-Junior (2009), a Educação Sanitária também deve estar presente em casa, para promover hábitos higiênicos necessários à manutenção da saúde e do bem estar. Segundo ele, a alta percentagem de surtos de DTAS, causados por bactérias principalmente em residências, indica que a falta de higiene dos manipuladores, no preparo dos alimentos várias horas antes do consumo, aliada à falta de refrigeração (ou refrigeração inadequada), juntamente com a contaminação cruzada, são os maiores responsáveis pela ocorrência desses surtos.
De acordo com Gonçalves (2010) os trabalhos de educação sanitária podem desenvolver junto aos cidadãos e empresários uma consciência sanitária, alicerce importante para construir um padrão sanitário, necessária para a manutenção e promoção da saúde. É Nesse sentido buscamos atuar na nossa ação de extensão.